segunda-feira, 2 de julho de 2012

Raf Simons estreia-se na casa Dior

Tal como milhares de pessoas o farão (e já fizeram!), vou escrever a minha opinião sobre a primeira colecção desenhada pelo Raf Simons para a Dior. A minha opinião é sempre suspeita, porque sou um fã incondicionável do designer, admirando imenso todo o seu trabalho tanto em nome próprio como para a casa Jil Sander.

Uma grande espera e curiosidade pela parte de tanta gente que segue a casa Dior, levou a um crash de praticamente todos os sites com apresentação quase em tempo real, como o NowFashion. Já apareceram bastantes ícones a dizer que foi obra de John Galliano, facto que me divertiu bastante apesar de ser uma piada.


Passando para o desfile em si. Uma sala lindíssima, decorada na perfeição. Ninguém esperava menos, penso. As caras habituais das filas da frente. Adorei a cara do designer Alber Elbaz durante todo o desfile, sempre em plano no vídeo apresentado pela própria Dior.





O desfile em si, deixou-me francamente satisfeito com este primeiro momento de colaboração do designer para a Dior. Não esperava outra coisa, mas é de facto uma conjugação no mínimo inédita. Ainda estamos todos a pensar no Galliano, no seu passado e no seu futuro. Mas como o trabalho do mesmo foi decrescendo nos últimos anos, na minha opinião, por enquanto não lhe sinto grande falta.

Remetendo para a original sensualidade e feminilidade da Dior, Raf Simons conseguir trazer o seu minimalismo e conjuga-lo na perfeição com a história da casa. Acho que ninguém devia estar à espera da teatralidade de Galliano, tal nem fazia sentido nem por ser um designer totalmente diferente, tanto pela mudança de paradigmas que anda a acontecer na moda. Se já nem a casa Lacroix tem alta costura, duvido que este mercado esteja comercialmente interessado em peças quase só de fantasia, com pouca utilidade prática. Existirá sempre trabalho nessa área, mas este movimento de alteração do que a alta costura anda a criar, é importante para que pelo menos ela não morra na totalidade.









Os fatos de corte impecável, as silhuetas elegantíssimas, os padrões a imitar tie-dye, as cores e os materiais muito bem escolhidos, trouxeram a alta costura para a nossa actualidade. Esperam-se mais momentos destes! Aqui fica o link para quem quiser ver a colecção na íntegra.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Achraf Amiri

Natural dos Países Bascos, Bruxelas, agora residente no Reino Unido, Achraf Amiri é um ilustrador inconfundível. Sempre atento à actualidade, partilha as suas ilustrações num blog quase diariamente. Apesar de admirar o mundo da moda, trabalha-o constantemente através da crítica e da sátira. As imagens que criam apresentam sempre um lado "negro", figuras muito contorcidas e de anatomia distorcida, consegue sempre apresentar algo fresco e inovador.
Trabalha como freelancer, já tendo feito colaborações com revistas como a Elle Bélgica ou a Idol, fotógrafos como Dirk Alexander, entre outras. Costumo estar atento ao trabalho dele, aconcelhando-vos a fazer o mesmo, pois estar atento a este artista é estar atento a um quase polícia da moda!

















domingo, 5 de fevereiro de 2012

Mert Otsamo

Uma lufada de ar fresco nas minhas inspirações pessoas. Mert Otsamo, designer sem formação na área, ganhou fama por ter participado na primeira edição do Project Runway Finlândia. Desenha roupa desde os 15 anos, inspirado em jogos de vídeo e cartoons.

Com duas colecções apresentadas, Mert mostra uma mistura de detalhes minimal/futuristas com uma linguagem mais fluida, aliada à exploração de silhuetas e de materiais bastante interessantes. Um meet entre  Haider Ackermann, Lanvin, Alexander Mcqueen e possivelmente Rick Owens.
As duas colecções que tem apresentadas, com um excelente styling, de nomes "Metropolis" e "Strong After" deixam vontade de conhecer o futuro deste talento.





















Colecção "Strong After"
























Colecção "Metropolis"

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Leonneke Derksen - um novo talento

Muitas vezes revelam-se talentos de sítios que nunca ouvimos falar. Digo isto, pois descobri o trabalho da designer Leonneke Derksen depois de folhear a revista Umbigo de Dezembro de 2010, numas poucas fotografias de uma colecção da, na altura, estudante Leonneke. Estudante acabada de tirar o mestrado na Real Academia de Belas Artes na Antuérpia, penso que Leonneke vai dar que falar!

Leonekke Dersen, original da Holanda, diz que o seu fascínio por moda nasceu aos 15 anos após ter visto um documentário sobre o fotógrafo David LaChapelle. Esta é a única informação biográfica da autora, que acabou o curso neste ano. As suas duas últimas colecções são fascinantes. A colecção do seu segundo ano, denominada "Amaranthine" debruçou-se sobre a silhueta dos chapéus e da repetição da mesma. A colecção de fim de curso, com o nome de "Formosa", a designer mostra inspiração no trabalho do fotógrafo Asger Carlsen, aspirando assim criar uma nova forma de corpo humano através da roupa. Assim, criou uma confecção totalmente diferente da habitual, sendo que a roupa é feita para enfatizar o inexistente novo corpo. Por exemplo, os corpetes usados são modelados para enfatizar as costas e não o peito. Para além desta inspiração, Leonneke usou para cores e forma da roupa inspiração de um local chamado Dadipark, um parque de diversões abandonado, que a Natureza acabou por domesticar.




Colecção "Amaranthine", 2010







Fotografias do autor Asger Carlsen









Colecção "Formosa", 2011


sábado, 18 de junho de 2011

Barbara I Gongini

Há pouca coisa que me chame a atenção nos designers de moda, nos dias de hoje. Penso que se pratica pouco design na verdadeira ascensão da palavra, sendo que para mim fazer roupa, moda e design são três coisas completamente diferentes. Mesmo assim, há coisas que me conseguem fascinar pela aparente simplicidade, aliada á enorme complexidade do processo criativo de uma colecção.

Para por o blog em dia e falando de uma designer que admiro bastante, mostro o trabalho de Barbara I Gongini. Nascida nas ilhas Feroe na Dinamarca, o trabalho de Barbara abrange desde o conceptualismo mais vanguardista e assente numa cultura visual gótica pós-apocalípita, passando para coordenados muito simples, remetendo para a função mais prática do vestuário sem depurar do seu lado conceptual.









Formada no Institute of Unica Design, I Gongini sempre se concentrou em juntar as artes do desenho, fotografia, cinema e música nas suas peças. Investe também no experimentalismo ao nível dos materiais que usa, querendo sempre inovar e procurar novos tecidos com características únicas. Não me querendo aprofundar mais, deixo aqui algumas imagens das colecções da designer.




Colecção Outono/Inverno 2010 (a minha favorita)




Primavera/Verão 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

ANREALAGE CO., LTD

ANREALAGE é o nome de uma marca relativamente recente. Surge da combinação das palavras "real, unreal, age" e neste tempo de grande mudança no Mundo, a marca dá grande valor ás coisas pequenas como a lágrimas de um melro, pois acreditam no ditado "God is in the details". Só estes pequenos conceitos me deixaram atento, querendo investigar mais sobre a marca.

Logo da marca Anrealage


Kunihiko Morinaga é o designer da marca. Nascem em 1980, em Tokio e graduou-se na Waseda University e na Vantan Design Academy. Em 2003, nasce a marca. Em 2005 ganhou o "Avant-Garde Grand Prix at Gen Art", um concurso feito em Nova York para novos talentos. Desde aí , já mostra as suas colecções na semana da moda de Tokio e tem uma exposição de uma colecção inspirada nas formas   "○△□" e "凹凸" no National Art Center Tokyo and Art Museum em Estocolmo.
Aqui ficam alguns coordenados desta marca, visitem o site para ver o filme da mais recente colecção!








 Colecção Outono/Inverno 2009 「凹凸」






Colecção Outono/Inverno 2010 - desafio á nossa percepção visual (a fotografia não está deformada!)













Colecção Primavera/Verão 2011